terça-feira, 17 de março de 2009

BRASILIA - MORRE CLODOVIL HERNANDES


O deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP), de 71 anos, morreu nesta terça-feira, às 18h50, após uma nova parada cardíaca. O diretor-técnico do Hospital Santa Lúcia, doutor Cícero Dantas Neto, anunciou nesta tarde a morte cerebral do deputado. A equipe médica informou que, após a parada cardíaca, somente as córneas poderão ser doadas. Já os demais órgãos ficaram inapropriados para o procedimento de transplante.

Clodovil Hernandes nasceu em 17 de junho de 1937, na pequena Elisiário, a 400km de São Paulo, cidade que hoje tem pouco mais de 3 mil habitantes. Filho de pais adotivos, Clodovil cresceu no interior e vivia desenhando vestidos e outras roupas nos cadernos do colégio interno em que estudava.

Ele abraçou a profissão de estilista ao se mudar para São Paulo, aos 20 anos. Em pouco tempo decolou na carreira de estilista, rivalizando com Dener, até então único ícone da moda no Brasil. Vestiu gente famosa como a atriz Cacilda Becker, a cantora Elis Regina e membros das tradicionais famílias Diniz e Matarazzo. Em 1971, aos 34 anos, já comandava seu próprio ateliê na prestigiada rua Oscar Freire.Na televisão, estreou nos programas vespertinos da TV Tupi, mas atingiu o estrelato em 1980, com o programa feminino “TV Mulher”, na rede Globo, ao lado da então sexóloga Marta Suplicy. Querido pelas donas-de-casa, desenhava vestidos ao vivo e tirava dúvidas sobre moda, decoração e etiqueta, mais ou menos como Dener fizera na década de 1970, no “Programa Flávio Cavalcanti”.
Quando Clodovil aparecia, “TV Mulher” dava picos de até 20 pontos de audiência. O sucesso era tanto que as calças jeans desenhadas por ele viraram mania no País e o nome Clodovil se transformou até em marca de chocolate. Recentemente, Alexandre Herchcovitch declarou: “Clodovil foi a primeira grande voz do mundo da moda no Brasil. Ele é e sempre será um ícone”.
O DEPUTADO FEDERAL

A trajetória de Clodovil na Câmara teve polêmicas desde o princípio. Recém-eleito, ele afirmou, em outubro de 2006, ao ser questionado se aceitaria dinheiro para votar a favor de projetos do governo, a exemplo do mensalão, que “todo homem tem seu preço”. O mal estar criado o levou a se explicar: “R$ 30 mil é pouco para se vender um País, e com R$ 30 milhões seria possível ajudar muita gente que precisa, mas nem assim valeria a pena”.
Crítico da letargia do Congresso Nacional, Clodovil defendeu em seu último discurso no plenário da Câmara, em novembro do ano passado, proposta de emenda constitucional, de sua autoria, prevendo a redução do número de deputados federais. A ideia seria passar dos 513 para 250, limitando cada Estado a ter, no máximo, 30 representantes. São Paulo, Estado pelo qual foi eleito, tem 79 vagas atualmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário